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Já há algum tempo, pergunto-me sobre o que é prosperidade. O que emerge mais fortemente de minhas reflexões é que a prosperidade é a própria força da vida.

Se pararmos para pensar, ela está em tudo: na luz do sol que faz brotar cada planta neste chão, nas águas abundantes que regam nosso planeta, na alegria transmitida pelo sorriso de uma criança, enfim, eu poderia passar uma vida citando exemplos de prosperidade . Contudo, por que tantas pessoas sentem que não a tem?

O que faz com que, em alguns aspectos ou em todos, certas pessoas sintam-se não merecedoras desta bênção? É como se elas não se sentissem autorizadas ao êxito, embora conscientemente não o percebam.

Bem, vamos falar um pouco sobre o que é a consciência segundo o enfoque sistêmico fenomenológico, mais conhecido como constelação familiar.

Um filósofo alemão chamado Bert Hellinger, estudando os sistemas familiares,  descobriu algumas coisas bem interessantes. Dentre elas, uma que, por sua simplicidade e profundidade, vem transformando a minha maneira de compreender a vida e o amor: São as ORDENS DO AMOR – leis que, como fios invisíveis,  regem e orientam os sistemas familiares. Quando alguma destas leis é quebrada, causa um desequilíbrio no sistema que, por sua vez, para manter um “equilíbrio”, sacrifica algum membro do sistema.

Por exemplo, digamos que um avô ou bisavô tenha conseguido enriquecer à custa da infelicidade de outros. Talvez um descendente seu identifique-se, de forma inconsciente, com aqueles que foram prejudicados por ele. De que forma?

Não conseguindo ter êxito profissional ou, em alguns casos, pondo fora o dinheiro da família.

Visto de fora, sob uma análise racional, as pessoas poderiam pensar que não existe motivo para aquela pessoa não prosperar, ou que ela é inconsequente ou incompetente. Até a própria pessoa pode criar esta imagem de si mesmo.

O que comanda este tipo de julgamento é a consciência pessoal, que determina o que é certo e errado, separa o bem do mal, o justo do injusto. É por conta desta consciência que existem as guerras, os conflitos e as separações.

Porém, existe um outro nível de consciência mais abrangente, que quer o equilíbrio do sistema como um todo, uma consciência coletiva ou, segundo Hellinger, uma consciência sistêmica. Movido por esta consciência, este descendente sente que precisa fazer algo para reparar o dano causado pelo seu antepassado. Mas este sentir se manifesta muitas vezes como uma angústia, um sentimento de culpa ou até como agressividade. Na medida em que este nível de consciência não está visível “a olhos nus”, a pessoa vai levando a vida, acumulando fracassos e erros e passando adiante, para as gerações futuras, o fardo da sensação de estar no caminho errado.

Contudo, há um terceiro nível de consciência, mais abrangente que os outros dois, que é a consciência universal, que acolhe a tudo e a todos. É dentro deste nível de consciência que trabalham as constelações familiares, trazendo à luz o que estava oculto pelos outros níveis de consciência.

Uma das três ordens do amor é o equilíbrio entre o dar e o receber. Por isto, é preciso que haja sempre uma compensação quando alguém deu ou recebeu demais.

Assim, através de representantes sintonizados com os membros do seu sistema familiar, é possível para a pessoa perceber a desordem e a sua origem. Com base neste conhecimento, o facilitador do trabalho, denominado constelador, pode ordenar as coisas, auxiliando a trazer para a pessoa o reconhecimento de todo o sofrimento passado e dando a cada antepassado envolvido, seja vítima ou perpetrador, um  bom lugar no seu coração e deixando assim, o fardo do passado a quem por direito pertence e reconhecendo o seu lugar dentro do sistema.

Com isto, é possível que ele se sinta liberado por estes ancestrais a seguir o seu caminho com prosperidade, honrando assim toda dor e todo amor envolvido para que ele chegasse até aqui.